sábado, 6 de dezembro de 2008

O cinema de Vinicius de Moraes

“Existem duas teorias de roteiro: a do ritmo e a da continuidade. A primeira se aproxima da poesia, do valor lírico da imagem. A segunda tem no romance, na duração literária do romance, um melhor ponto de comparação (...).
A teoria do ritmo busca o valor lírico da imagem. A imagem no Cinema é como a palavra em poesia”
Vinicius de Moraes não era só um cronista que escrevia sobre cinema. Ele era um apaixonado pela sétima arte. Era um daqueles amantes antigos da época de ouro do cinema. Época em que o cinema tinha alma. A arte ainda era uma força revolucionaria.
Vinicius era defensor do cinema mudo. Da construção de imagens e de clássicos do cinema mudo como Luzes da Cidade e o Encouraçado Potemkin.
Vinicius foi além, se correspondeu,mandando cartas ao físico Occhialini, professor de física e filosofia da USP. Nessas cartas Vinicius defendia seu ponto de vista sobre o cinema mudo. Era uma espécie de manifesto contra o cinema falado.
Nelas, Vinicius discutia sobre o som no cinema e tentava convencer o físico que suas opiniões favoráveis ao cinema falado estavam equivocadas.
Foi uma disputa quente, mas não houve ganhadores.
O cinema falado tornou-se pop. E o mudo cult.
Para os amantes de cinema, os dois têm suas vantagens. É belo tanto a construção poética das imagens como também é belo o som intensificando a ação.

“Sou um apaixonado do cinema. Só Deus sabe como gosto de um bom filme, o prazer que traz ver cinema, discutir, ponderar, escrever e até fazer cinema na imaginação.”
Vinicius de Moraes, 1941.

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